Autor INCTC

Neoplasias Mieloproliferativas em foco com a Profa. Dra. Lorena Pontes

O Por dentro da Pesquisa apresenta a palestra “Neoplasias Mieloproliferativas: desafios e avanços científicos”, ministrada pela Profa. Dra. Lorena de Figueiredo Pontes, do Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).

A docente é orientadora do Programa de Pós-Graduação em Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular e tem como linha de pesquisa o estudo das bases moleculares, fatores prognósticos, regulação da célula-tronco hematopoética e novas estratégias terapêuticas em neoplasias mieloides.

Durante o seminário, a pesquisadora abordou os conceitos sobre a origem e o diagnóstico da doença (mecanismos e vias de sinalização, classificação diagnóstica), os principais desafios clínicos (hematopoese anormal e inflamação, trombose e hemorragia, transformação leucêmica) e os novos alvos para o controle da mieloproliferação neoplásica.

A série Por dentro da Pesquisa retoma palestras e aulas, ministradas pelos nossos pesquisadores, que agregam conceitos e experiências nas áreas de terapia celular, oncologia, genética, bioinformática, hematologia, dentre outras que compõem os estudos das instituições. Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Estudo CARTHEDRALL: testes iniciais com terapia inovadora contra câncer no sangue foram seguros

Em entrevista ao Portal G1 e a Folha de São Paulo, o Prof. Dr. Rodrigo Calado, diretor-presidente do Hemocentro de Ribeirão Preto, explicou que os dados dos primeiros quatro pacientes do Estudo Clínico com a Terapia Celular CAR-T (CARTHEDRALL) foram encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá analisar e avaliar sobre o início da segunda fase. Na próxima etapa, serão recrutados 77 pacientes.

Segundo o pesquisador, o tratamento inovador que combate a leucemia linfoide aguda de células B e o linfoma não Hodgkin de células B apresentou resultados positivos de segurança. A primeira etapa iniciou-se em julho deste ano. Os voluntários começaram a ser recrutados entre o final de março e o início de abril e passaram por exames antes da terapia.

“Foram selecionados pacientes no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, e todos eles mostraram resposta ao tratamento e não houve nenhum efeito colateral grave. Todos os dados clínicos foram então submetidos para a Anvisa, que está fazendo a análise de segurança.”

Na segunda etapa, as pessoas serão selecionadas para participar da iniciativa em cinco instituições de saúde: Hospital das Clínicas da FMUSP, Beneficência Portuguesa e Sírio Libanês, em São Paulo (SP), Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto HCFMRP-USP e Hospital de Clínicas de Campinas (SP).

Saiba mais sobre o Estudo Clínico no site: https://www.hemocentro.fmrp.usp.br/terapia/

Assista abaixo a entrevista do Prof. Dr. Diego Villa Clé, coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera RP), sobre o tema ao Jornal da Clube.

Seleção para bolsista no Programa Institucional de Pós-Doutorado (PIPD/CAPES)

Está aberta a seleção de bolsista para o Programa Institucional de Pós-Doutorado (PIPD/CAPES) vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Os interessados têm até o dia 06/12 para participarem!

O edital completo está disponível no link: https://bit.ly/3Oe49iB. A bolsa e seus benefícios serão concedidos nos termos da Portaria CAPES vigentes.

São objetivos do PIPD: promover estudos de excelência; reforçar grupos de pesquisa nacionais; integrar pesquisadores em estágio pós-doutoral em projetos desenvolvidos pelos programas de pós-graduação no Brasil; aperfeiçoar doutores por meio de atuação no ensino e na pesquisa; promover a internacionalização dos programas de pós-graduação, incentivando a realização de estágio no exterior.

O candidato à vaga deve ser brasileiro, sem vínculo empregatício, ter título de doutor expedido por cursos reconhecidos pelo CNE/MEC e obtido há no máximo 7 (sete) anos, não receber mais de uma bolsa de pós-doutorado com recursos públicos federais e ter conta corrente ativa individual em banco brasileiro.

Os participantes que se enquadram em políticas afirmativas como mães pesquisadoras, afrodescendentes e povos originários terão pontuações a mais no momento da entrevista com os avaliadores.

Pesquisa com as células T gamma-delta é destaque em congresso do ICESP

O estudo de diferentes terapias celulares abre novas possibilidades para o tratamento do câncer. Um exemplo são as células T gamma-delta, um tipo de linfócito com papel importante no nosso sistema imunológico que contribuem para a defesa contra infecções e tumores.

Um trabalho conduzido pelo pesquisador Mateus da Silva Matias Antunes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), foi premiado como uma das melhores apresentações no congresso Nucleic Acid and Nanobiosystems in Cancer Theranostics, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), de 16 a 19 de outubro.

A pesquisa “Development of a platform for gamma-delta T cell expansion and evaluation of cytotoxicity against tumor cells” é orientada pelo Dr. Lucas Eduardo Botelho de Souza, coordenador do Laboratório de Transferência Gênica do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP.

A iniciativa com as células T gamma-delta, ainda em fase de laboratório, apresenta caminhos para o combate a tumores sólidos, o que ainda é uma barreira enfrentada pelas células CAR-T (αβ), já em uso no tratamento de pacientes com leucemias e linfomas. A terapia possibilita o uso de células de doadores saudáveis, promovendo a redução de gastos operacionais e o risco de desenvolvimento da doença do enxerto contra hospedeiro, uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, destruindo tecidos e podendo ser fatal.

O evento também premiou o trabalho “TCR-depleted anti-GD2 ‘universal’ CAR-T allogeneic product exerts antitumoral activity against glioblastoma cells in vitro”, desenvolvido pela estudante de ciências biomédicas da FMRP-USP Karolina Santos Esteves, que realiza iniciação científica no mesmo laboratório de Antunes.

Saiba mais sobre a terapia com as células T gamma-delta no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro.

 

Hemocentro RP vai receber mais de R$ 7 milhões para avançar em terapia celular no tratamento do lúpus

O Hemocentro de Ribeirão Preto foi aprovado com a maior nota dentre os projetos participantes da Chamada Nº 33/2024 – “Genômica e Saúde Pública de Precisão”, promovida pelo CNPq, Genomas Brasil, Ministério da Saúde e Governo Federal. Com o resultado, divulgado no dia 21/10, a Instituição vai receber mais de R$ 7 milhões para investir nos estudos com as células CAR-T, com foco no Lúpus Eritematoso Sistêmico.

Segundo o Prof. Dr. Diego Villa Clé, um dos coordenadores da iniciativa, esse deve ser o início de um novo horizonte para a terapia celular, que pode ser usada para combater outras doenças, como as autoimunes, e não só o câncer.

“O financiamento é parte essencial para seguirmos com os estudos clínicos utilizando as células CAR-T produzidas no Hemocentro RP e expandir a terapia celular, neste caso para o tratamento de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico. Pode ser um grande avanço para a medicina brasileira”, destaca o docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera RP), sediado no Hemocentro RP.

A pesquisa clínica será conduzida nos próximos anos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), sob a coordenação da Profa. Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues e do Prof. Dr. Paulo Louzada Junior, e no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP) pela Profa. Dra. Eloisa Bonfá e a Dra. Luciana Parente Costa Seguro.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.

O projeto aprovado participou do edital pela linha de “Produtos de Terapias Avançadas (PTA): pesquisas nas temáticas de doenças tropicais negligenciadas, neurodegenerativas, doenças crônicas não transmissíveis e doenças relacionadas ao envelhecimento, que visem ao desenvolvimento de PTA”.

Avanços promissores na Imunoterapia: células CAR-NK em Ribeirão Preto

As pesquisas com as células CAR-NK, conduzidas no Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, têm mostrado importantes respostas antitumorais. A frente do Laboratório de Biotecnologia, a Dra. Virgínia Picanço e Castro é uma das responsáveis por trazer novos avanços para a área, com futuro promissor no combate ao câncer.

O assunto é o tema de hoje do Por dentro da Pesquisa, com a palestra “Imunoterapia com Células CAR-NK: iniciativa de Ribeirão Preto”.

A terapia CAR-NK pode oferecer um complemento ao tratamento com células CAR-T, já em Estudo Clínico pela Instituição. A abordagem alogênica, ou seja, quando o procedimento utiliza células de doadores saudáveis e já prontas para uso, permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, além de eliminar a necessidade de um produto autólogo (personalizado e específico), com custos elevados e complexa produção.

O Hemocentro RP, com apoio do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), vai receber um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento da imunoterapia, visando a implantação de um Estudo Clínico para o tratamento de leucemias e linfomas. O incentivo foi aprovado em edital pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Para isso, será incorporada às novas células um vetor CAR (receptores quiméricos de antígeno) de 4ª geração, desenvolvido pela equipe de pesquisadores, que potencializa a eficácia da terapia.

Fique atento às novas edições do Por dentro da Pesquisa! Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Casa da Ciência inicia série de folhetins sobre a técnica de edição genética CRISPR-Cas9

Você conhece a técnica CRISPR-Cas9 e os avanços científicos trazidos pela inovação? Aproveite então e confira a 1ª parte do Folhetim da Casa da Ciência: “O uso da tecnologia CRISPR-Cas para a geração de células T CAR”.

Essa inovação, desenvolvida pelas cientistas Dra. Jennifer Doudna e Dra. Emmanuelle Charpentier, corresponde a um grupo de métodos que permitem a modificação do DNA de forma precisa, com cortes (remoção, adição e substituições) em locais específicos do genoma.

O CRISPR/Cas9 tem potencial para ser usado como ferramenta no tratamento de doenças que possuem causa genética, como câncer, doenças infecciosas, distúrbios do sangue, etc.

O material foi elaborado pelos pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto: Mara Elisama da Silva Januário, Matheus Henrique dos Santos e Dayane de Fatima Schmidt.

A Casa da Ciência iniciou as atividades em 2001, como parte do CTC-USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. O projeto busca aprimorar a cultura científica nas escolas e despertar o interesse dos jovens na área por meio de discussões, experimentos e pesquisas.

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Dr. Neal Young ministra encontros sobre Ciência e Filosofia no Hemocentro de Ribeirão Preto

O Dr. Neal Young, chefe da Divisão de Hematologia dos National Institutes of Health (NIH-EUA), ministrou dois encontros nesta terça-feira (22/10), no Hemocentro de Ribeirão Preto. O primeiro teve como foco as perspectivas e tratamentos da falência medular. No segundo, o cientista abordou a linguagem da rejeição de manuscritos sob o prisma da filosofia de Wittgenstein.

O premiado pesquisador, Master do “American College of Physicians”, possui significativa contribuição científica para a área da biologia da célula-tronco hematopoética e sua insuficiência. É autor de mais de 280 artigos científicos e publicou 10 livros, incluindo um mais recente sobre hematologia.

No campo filosófico, o médico reflete, em colaboração com o Professor da Universidade de Oxford, William Child, sobre a confusão de linguagem na correspondência entre editores de revistas científicas e autores, amparado pela filosofia de Ludwig Wittgenstein.

USP e NIH-EUA

Agilizar o diagnóstico da causa da anemia aplástica e auxiliar na definição do melhor tratamento são objetivos de trabalhos conjuntos realizados entre a USP e o NIH-EUA. A doença causa a redução do número de todas as células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Em casos graves ela pode ser fatal.

Confira as fotos no vídeo abaixo!

Transplante de medula óssea é alternativa no SUS para o tratamento da anemia falciforme

O Por dentro da Pesquisa apresenta a palestra “Desafios no Transplante de Medula Óssea para tratamento da doença falciforme”, ministrada pela Dra. Thalita Cristina de Mello Costa, médica assistente do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP).

A doença genética causa alterações nos glóbulos vermelhos (hemácias), tornando-os parecidos com uma foice, e está entre as mais prevalentes no Brasil e no mundo. Os pacientes sofrem com infecções recorrentes que são a maior causa de morbidade, principalmente entre crianças. Além da inflamação crônica acompanhada de episódios de dor, os portadores têm uma desregulação do sistema imunológico.

Um dos tratamentos possíveis é o transplante de células-tronco hematopoiéticas (capazes de se diferenciar em todas as células do sangue), retiradas da medula óssea de um doador saudável. O procedimento é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2015. Parte das evidências científicas que contribuíram para a incorporação do tratamento na rede pública foram produzidas em trabalhos realizados no Centro de Terapia Celular (CTC-USP), Hemocentro de Ribeirão Preto e HCFMRP-USP.

O procedimento consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas. Em seguida, são infundidas células-tronco da medula de um doador compatível para que seja criada uma nova fábrica de células sanguíneas sadias.

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Congresso premia trabalho que avalia uso das células CAR-T de doadores saudáveis contra o câncer

Ter o estudo reconhecido como um dos melhores em um grande congresso é um marco importante, especialmente para pesquisadores em início de carreira. Esse é o caso da estudante de ciências biomédicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) Karolina Santos Esteves, premiada no 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia, realizado de 25 a 29/09, em Fortaleza (CE).

Orientada pelo Dr. Lucas Eduardo Botelho de Souza, coordenador do Laboratório de Transferência Gênica do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, a aluna de iniciação científica apresentou no evento o trabalho “Generation of anti-GD2 ‘universal’ CAR-T cells through CRISPR-mediated TCR knockout with potent cytotoxic activity against glioblastoma cells”.

A pesquisa, apoiada pela FAPESP, avalia alternativas para a produção de células CAR-T alogênicas, ou seja, que podem ser geradas a partir de doadores saudáveis. Essa iniciativa traria vantagens sobre a atual terapia celular autóloga, que utiliza as células do próprio paciente, em muitos casos já debilitado. Dentre elas, uma possível redução de gastos operacionais e do risco de desenvolvimento da doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, destruindo tecidos e podendo ser fatal.

Outros benefícios são a possibilidade de geração de múltiplas doses a partir de um único doador, permitindo o escalonamento da produção, a padronização do produto final e a redução dos custos de manufatura. A investigação apresentou avanços na avaliação do uso da terapia contra células do glioblastoma, um tipo de tumor maligno que afeta o cérebro ou a coluna vertebral.

Saiba mais no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro.