Categoria Capa

Pesquisa com as células T gamma-delta é destaque em congresso do ICESP

O estudo de diferentes terapias celulares abre novas possibilidades para o tratamento do câncer. Um exemplo são as células T gamma-delta, um tipo de linfócito com papel importante no nosso sistema imunológico que contribuem para a defesa contra infecções e tumores.

Um trabalho conduzido pelo pesquisador Mateus da Silva Matias Antunes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), foi premiado como uma das melhores apresentações no congresso Nucleic Acid and Nanobiosystems in Cancer Theranostics, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), de 16 a 19 de outubro.

A pesquisa “Development of a platform for gamma-delta T cell expansion and evaluation of cytotoxicity against tumor cells” é orientada pelo Dr. Lucas Eduardo Botelho de Souza, coordenador do Laboratório de Transferência Gênica do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP.

A iniciativa com as células T gamma-delta, ainda em fase de laboratório, apresenta caminhos para o combate a tumores sólidos, o que ainda é uma barreira enfrentada pelas células CAR-T (αβ), já em uso no tratamento de pacientes com leucemias e linfomas. A terapia possibilita o uso de células de doadores saudáveis, promovendo a redução de gastos operacionais e o risco de desenvolvimento da doença do enxerto contra hospedeiro, uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, destruindo tecidos e podendo ser fatal.

O evento também premiou o trabalho “TCR-depleted anti-GD2 ‘universal’ CAR-T allogeneic product exerts antitumoral activity against glioblastoma cells in vitro”, desenvolvido pela estudante de ciências biomédicas da FMRP-USP Karolina Santos Esteves, que realiza iniciação científica no mesmo laboratório de Antunes.

Saiba mais sobre a terapia com as células T gamma-delta no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro.

 

Avanços promissores na Imunoterapia: células CAR-NK em Ribeirão Preto

As pesquisas com as células CAR-NK, conduzidas no Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, têm mostrado importantes respostas antitumorais. A frente do Laboratório de Biotecnologia, a Dra. Virgínia Picanço e Castro é uma das responsáveis por trazer novos avanços para a área, com futuro promissor no combate ao câncer.

O assunto é o tema de hoje do Por dentro da Pesquisa, com a palestra “Imunoterapia com Células CAR-NK: iniciativa de Ribeirão Preto”.

A terapia CAR-NK pode oferecer um complemento ao tratamento com células CAR-T, já em Estudo Clínico pela Instituição. A abordagem alogênica, ou seja, quando o procedimento utiliza células de doadores saudáveis e já prontas para uso, permite um acesso mais rápido e seguro ao tratamento, além de eliminar a necessidade de um produto autólogo (personalizado e específico), com custos elevados e complexa produção.

O Hemocentro RP, com apoio do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), vai receber um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento da imunoterapia, visando a implantação de um Estudo Clínico para o tratamento de leucemias e linfomas. O incentivo foi aprovado em edital pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Para isso, será incorporada às novas células um vetor CAR (receptores quiméricos de antígeno) de 4ª geração, desenvolvido pela equipe de pesquisadores, que potencializa a eficácia da terapia.

Fique atento às novas edições do Por dentro da Pesquisa! Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Hemocentro RP vai receber mais de R$ 7 milhões para avançar em terapia celular no tratamento do lúpus

O Hemocentro de Ribeirão Preto foi aprovado com a maior nota dentre os projetos participantes da Chamada Nº 33/2024 – “Genômica e Saúde Pública de Precisão”, promovida pelo CNPq, Genomas Brasil, Ministério da Saúde e Governo Federal. Com o resultado, divulgado no dia 21/10, a Instituição vai receber mais de R$ 7 milhões para investir nos estudos com as células CAR-T, com foco no Lúpus Eritematoso Sistêmico.

Segundo o Prof. Dr. Diego Villa Clé, um dos coordenadores da iniciativa, esse deve ser o início de um novo horizonte para a terapia celular, que pode ser usada para combater outras doenças, como as autoimunes, e não só o câncer.

“O financiamento é parte essencial para seguirmos com os estudos clínicos utilizando as células CAR-T produzidas no Hemocentro RP e expandir a terapia celular, neste caso para o tratamento de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico. Pode ser um grande avanço para a medicina brasileira”, destaca o docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera RP), sediado no Hemocentro RP.

A pesquisa clínica será conduzida nos próximos anos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), sob a coordenação da Profa. Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues e do Prof. Dr. Paulo Louzada Junior, e no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP) pela Profa. Dra. Eloisa Bonfá e a Dra. Luciana Parente Costa Seguro.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.

O projeto aprovado participou do edital pela linha de “Produtos de Terapias Avançadas (PTA): pesquisas nas temáticas de doenças tropicais negligenciadas, neurodegenerativas, doenças crônicas não transmissíveis e doenças relacionadas ao envelhecimento, que visem ao desenvolvimento de PTA”.

Casa da Ciência inicia série de folhetins sobre a técnica de edição genética CRISPR-Cas9

Você conhece a técnica CRISPR-Cas9 e os avanços científicos trazidos pela inovação? Aproveite então e confira a 1ª parte do Folhetim da Casa da Ciência: “O uso da tecnologia CRISPR-Cas para a geração de células T CAR”.

Essa inovação, desenvolvida pelas cientistas Dra. Jennifer Doudna e Dra. Emmanuelle Charpentier, corresponde a um grupo de métodos que permitem a modificação do DNA de forma precisa, com cortes (remoção, adição e substituições) em locais específicos do genoma.

O CRISPR/Cas9 tem potencial para ser usado como ferramenta no tratamento de doenças que possuem causa genética, como câncer, doenças infecciosas, distúrbios do sangue, etc.

O material foi elaborado pelos pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto: Mara Elisama da Silva Januário, Matheus Henrique dos Santos e Dayane de Fatima Schmidt.

A Casa da Ciência iniciou as atividades em 2001, como parte do CTC-USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. O projeto busca aprimorar a cultura científica nas escolas e despertar o interesse dos jovens na área por meio de discussões, experimentos e pesquisas.

Clique aqui para acessar o conteúdo e fique atento a continuação da série!

Dr. Neal Young ministra encontros sobre Ciência e Filosofia no Hemocentro de Ribeirão Preto

O Dr. Neal Young, chefe da Divisão de Hematologia dos National Institutes of Health (NIH-EUA), ministrou dois encontros nesta terça-feira (22/10), no Hemocentro de Ribeirão Preto. O primeiro teve como foco as perspectivas e tratamentos da falência medular. No segundo, o cientista abordou a linguagem da rejeição de manuscritos sob o prisma da filosofia de Wittgenstein.

O premiado pesquisador, Master do “American College of Physicians”, possui significativa contribuição científica para a área da biologia da célula-tronco hematopoética e sua insuficiência. É autor de mais de 280 artigos científicos e publicou 10 livros, incluindo um mais recente sobre hematologia.

No campo filosófico, o médico reflete, em colaboração com o Professor da Universidade de Oxford, William Child, sobre a confusão de linguagem na correspondência entre editores de revistas científicas e autores, amparado pela filosofia de Ludwig Wittgenstein.

USP e NIH-EUA

Agilizar o diagnóstico da causa da anemia aplástica e auxiliar na definição do melhor tratamento são objetivos de trabalhos conjuntos realizados entre a USP e o NIH-EUA. A doença causa a redução do número de todas as células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Em casos graves ela pode ser fatal.

Confira as fotos no vídeo abaixo!

Transplante de medula óssea é alternativa no SUS para o tratamento da anemia falciforme

O Por dentro da Pesquisa apresenta a palestra “Desafios no Transplante de Medula Óssea para tratamento da doença falciforme”, ministrada pela Dra. Thalita Cristina de Mello Costa, médica assistente do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP).

A doença genética causa alterações nos glóbulos vermelhos (hemácias), tornando-os parecidos com uma foice, e está entre as mais prevalentes no Brasil e no mundo. Os pacientes sofrem com infecções recorrentes que são a maior causa de morbidade, principalmente entre crianças. Além da inflamação crônica acompanhada de episódios de dor, os portadores têm uma desregulação do sistema imunológico.

Um dos tratamentos possíveis é o transplante de células-tronco hematopoiéticas (capazes de se diferenciar em todas as células do sangue), retiradas da medula óssea de um doador saudável. O procedimento é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2015. Parte das evidências científicas que contribuíram para a incorporação do tratamento na rede pública foram produzidas em trabalhos realizados no Centro de Terapia Celular (CTC-USP), Hemocentro de Ribeirão Preto e HCFMRP-USP.

O procedimento consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas. Em seguida, são infundidas células-tronco da medula de um doador compatível para que seja criada uma nova fábrica de células sanguíneas sadias.

Fique atento às novas edições do Por dentro da Pesquisa! Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Congresso premia trabalho que avalia uso das células CAR-T de doadores saudáveis contra o câncer

Ter o estudo reconhecido como um dos melhores em um grande congresso é um marco importante, especialmente para pesquisadores em início de carreira. Esse é o caso da estudante de ciências biomédicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) Karolina Santos Esteves, premiada no 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia, realizado de 25 a 29/09, em Fortaleza (CE).

Orientada pelo Dr. Lucas Eduardo Botelho de Souza, coordenador do Laboratório de Transferência Gênica do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, a aluna de iniciação científica apresentou no evento o trabalho “Generation of anti-GD2 ‘universal’ CAR-T cells through CRISPR-mediated TCR knockout with potent cytotoxic activity against glioblastoma cells”.

A pesquisa, apoiada pela FAPESP, avalia alternativas para a produção de células CAR-T alogênicas, ou seja, que podem ser geradas a partir de doadores saudáveis. Essa iniciativa traria vantagens sobre a atual terapia celular autóloga, que utiliza as células do próprio paciente, em muitos casos já debilitado. Dentre elas, uma possível redução de gastos operacionais e do risco de desenvolvimento da doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), uma condição grave que ocorre quando as células-tronco do doador atacam o receptor, destruindo tecidos e podendo ser fatal.

Outros benefícios são a possibilidade de geração de múltiplas doses a partir de um único doador, permitindo o escalonamento da produção, a padronização do produto final e a redução dos custos de manufatura. A investigação apresentou avanços na avaliação do uso da terapia contra células do glioblastoma, um tipo de tumor maligno que afeta o cérebro ou a coluna vertebral.

Saiba mais no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro.

PdP aborda as aplicações e resultados de estudos proteômicos no CTC-USP

O Por dentro da Pesquisa apresenta a palestra “Avaliando a complexidade do proteoma do câncer” ministrada pelo Prof. Dr. Vitor Faça, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e pesquisador principal do CTC-USP.

O docente possui uma carreira extensa e diversificada nas áreas de química e biologia molecular. Atualmente ele se dedica às aplicações clínicas da proteômica no câncer e na avaliação de alterações proteicas durante o processo de Transição Epitélio-Mesenquimal e progressão tumoral.

O proteoma é um sistema multidimensional e altamente dinâmico, no qual cada proteína apresenta várias propriedades interconectadas, que conjuntamente representam o fenótipo de uma célula ou organismo. Com os avanços em espectrometria de massas, diversas medidas de abundância, localização celular, síntese/degradação e modificações pós-traducionais são analisadas de maneira integrada, permitindo uma melhor compreensão de processos fisiológicos e celulares.

No encontro foram apresentados os resultados dos últimos anos na aplicação da abordagem proteômica em processos biológicos, como o desenvolvimento tumoral, a ação de drogas, além da pesquisa translacional e avanços no tratamento do câncer.

A série Por dentro da Pesquisa retoma palestras e aulas, ministradas pelos nossos cientistas, que agregam conceitos e experiências nas áreas de terapia celular, oncologia, genética, bioinformática, hematologia, dentre outras que compõem os estudos das instituições.

Os vídeos são publicados quinzenalmente, às sextas-feiras, nas mídias sociais do CTC-USP e no canal do YouTube do Hemocentro RP.

Simpósio internacional premia estudo com células CAR-NK focado nos desafios do microambiente tumoral

A pesquisadora Mariane Cariati Tirapelle recebeu o prêmio de “Melhor Apresentação Oral” no IX International Symposium on Translation Oncology, promovido pelo Hospital de Amor de Barretos, nos dias 13 e 14/09. O evento reuniu pesquisadores de renome nacional e internacional, que desenvolvem iniciativas nas diversas áreas da oncologia.

A doutoranda é aluna do programa de pós-graduação em “Oncologia Clínica, Células-Tronco e Terapia Celular” da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e atua no Laboratório de Biotecnologia do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP.

O trabalho apresentado tem como título: “Avaliação da eficácia terapêutica de células NK CAR anti-GD2 com expressão de GITRL em modelos in vitro e in vivo de tumores de origem neuroectodermal”, orientado pela Profa. Dra. Virgínia Picanço e Castro. A pesquisa está vinculada ao Núcleo de Terapia Celular (NuTeC), apoiado pela FAPESP.

As células CAR-NK têm mostrado importantes respostas antitumorais, no entanto, são necessárias melhorias no desenvolvimento para um resultado permanente. A proposta do estudo é a utilização de um CAR de 4ª geração (armored CAR-NK) para potencializar a terapia celular. O objetivo é proporcionar uma abordagem mais segura e com menos efeitos adversos no tratamento do câncer.

Saiba mais no vídeo abaixo produzido pela TV Hemocentro.

Departamento de Clínica Médica presta homenagem ao Prof. Dr. Júlio César Voltarelli

O Prof. Dr. Júlio César Voltarelli (in memoriam) recebeu uma justa homenagem nos 70 anos do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), em solenidade realizada no dia 20/09, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP). Agora a sala de aula 630 leva o nome do renomado pesquisador, um dos pioneiros no estudo das células-tronco no Brasil.

Como parte das comemorações foi lançada a segunda edição do livro “Semiologia: Geral e Especializada”, do qual o professor participou como editor. A publicação atualizada contou com o apoio da Reitoria da USP  e está disponível gratuitamente no formato de e-book, pelo link: https://bit.ly/3TH9FgK.

O Dr. Voltarelli foi um dos responsáveis pelo sucesso de importantes iniciativas como o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (INCTC) e o Centro de Terapia Celular (CTC-USP), sediados no Hemocentro de Ribeirão Preto. O médico coordenava o Laboratório de Imunogenética e a Unidade de Transplante de Medula Óssea do HCFMRP.

Com experiência em imunologia clínica, hematologia e hemoterapia, suas principais áreas de estudo foram: transplante de células-tronco hematopoiéticas para doenças autoimunes e doenças hematológicas malignas e benignas; diagnóstico e tratamento de doenças reumáticas; seleção de doadores para transplantes de rins e de medulas óssea; terapia celular de doenças inflamatórias e/ou autoimunes com células-tronco mesenquimais.