A Profa. Dra. Tathiane Malta dedica-se a utilizar a biologia computacional para decodificar os mecanismos do câncer. Os resultados de seu trabalho têm gerado importantes avanços, o mais recente foi publicado em um artigo na revista Cell Genomics, no dia 17 de abril.
No estudo, a docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e pesquisadora do CTC-USP, em parceria com cientistas internacionais, desenvolveu uma ferramenta inovadora que combina inteligência artificial, aprendizado de máquina e dados proteômicos para prever a agressividade de tumores com base no índice de stemness.
O grau de stemness refere-se ao quanto as células tumorais se assemelham às células-tronco pluripotentes, aquelas capazes de se transformar em quase todos os tipos celulares do organismo. Isso permite identificar precocemente características importantes do câncer, como resistência a tratamentos e risco de recidiva, possibilitando o desenvolvimento de terapias mais personalizadas e eficazes.
Para criar essa ferramenta, os cientistas utilizaram dados do Consórcio de Análise Proteômica Clínica de Tumores (CPTAC), referentes a 11 tipos diferentes de câncer. A partir dessas informações, foi desenvolvido o índice de stemness baseado na expressão proteica, denominado PROTsi. Mais de 3.000 amostras foram analisadas, abrangendo casos de câncer de mama, ovário, pulmão, rim, útero, cérebro (pediátrico e adulto), cabeça e pescoço, cólon e pâncreas.
O PROTsi demonstrou ser preditivo em casos de câncer de útero e de cabeça e pescoço, por exemplo. Além disso, a ferramenta mostrou-se eficaz na diferenciação de tumores de maior grau em amostras de adenocarcinoma, útero, pâncreas e câncer cerebral pediátrico.
Nesse contexto, a bioinformática revela-se essencial para a análise de dados em larga escala. A área integra conhecimentos de matemática, tecnologia computacional e biologia molecular, com o objetivo de promover qualidade de vida aos pacientes.
Saiba mais sobre os resultados e o impacto deste estudo no vídeo produzido pela TV Hemocentro.
*Com informações da Agência FAPESP.