Trabalho premiado revela avanços na recuperação da epiderme em pacientes com esclerose sistêmica

Trabalho premiado revela avanços na recuperação da epiderme em pacientes com esclerose sistêmica

O avanço nos estudos voltados ao tratamento da esclerose sistêmica resultou em dois prêmios conquistados pelo biólogo Djúlio César Zanin em 2025. O pesquisador da Iuliu Hațieganu University of Medicine and Pharmacy, da Romênia, concluiu recentemente o doutorado no Programa de Imunologia Básica e Aplicada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e atuou no Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP, sob orientação da Profa. Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues.

O trabalho “Autologous hematopoietic stem cell transplantation modulates epidermal-related inflammation/fibrosis mechanisms in systemic sclerosis patients” conquistou o primeiro lugar no 31º Encontro de Reumatologia Avançada, realizado de 29 a 31/05 em Ribeirão Preto, promovido pela Sociedade Paulista de Reumatologia. A iniciativa também recebeu o prêmio William Chahade no 42º Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado de 17 a 20/09 em Salvador, organizado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia.

A esclerose sistêmica é caracterizada por lesões microvasculares associadas a diferentes graus de fibrose na pele e em órgãos internos. Os pacientes apresentam falta de ar, dores pelo corpo, manchas e dificuldade de locomoção, o que leva muitos a deixarem seus trabalhos e reduzirem o convívio familiar.

A inovação da pesquisa está na análise das melhorias clínicas na epiderme, a camada mais superficial da pele, relacionadas à fibrose e à inflamação proporcionadas pelo transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas, destacando o papel fundamental dessa estrutura na fisiopatologia da esclerose sistêmica. Estudos anteriores focavam na derme, camada abaixo da epiderme, mais espessa, vascularizada e elástica, que contém vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos e glândulas.

O transplante busca criar um novo sistema imunológico. As células-tronco são colhidas do próprio paciente, que em seguida passa por uma etapa de imunossupressão intensa para eliminar os linfócitos responsáveis pela doença. Posteriormente, as células-tronco são reinfundidas no organismo para restabelecer um sistema imunológico mais tolerante.

Desde o mestrado, Zanin investiga o papel de moléculas e células envolvidas no eixo patológico inflamação-fibrose em pessoas submetidas ao transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas. O procedimento é considerado uma opção terapêutica para casos graves e progressivo da enfermidade.

O médico Pedro Delghingaro Forti contribuiu com a perspectiva clínica no desenvolvimento do estudo. Ele cursa residência médica em Reumatologia no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP) e tem como foco de atuação, além do tratamento, a coleta de dados relacionados ao procedimento. O pesquisador avaliou as informações obtidas antes e após o transplante e observou uma melhora rápida da fibrose cutânea em poucas semanas e meses.

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